Hoje iniciamos uma série de postagens com recomendações bibliográficas. Os textos escolhidos nos provocam reflexões que estão presentes nas pesquisas e ações do Lajus. A intenção é auxiliar pesquisadores a construírem seus referenciais teóricos em suas áreas de estudo.
O primeiro texto, “Trazendo as coisas de volta à vida: emaranhados criativos num mundo de materiais” do antropólogo britânico Tim Ingold, traz questionamentos desafiadores sobre as percepções de objeto e a retomada da noção de “coisa“. Em uma discussão inspirada por Heidegger e Deleuze, Ingold propõe a ideia de “malha” para pensarmos as relações de comunicação, integração e fluxo.
Deixemos agora o isolamento da sala para dar uma volta lá fora, ao ar livre. Nosso caminho nos leva a uma mata. Cercado de troncos e galhos, o ambiente decerto parece repleto. Mas ele está repleto de objetos? Suponhamos que nos concentremos numa árvore qualquer. Lá está ela, enraizada na terra, seu tronco se erguendo e seus galhos se abrindo, balançando ao vento, com ou sem brotos ou folhas, dependendo da estação. A árvore é um objeto? Em caso positivo, como a definiríamos? O que é árvore, e o que é não árvore? Onde termina a árvore e começa o resto do mundo?
Tim Ingold
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